Além da questão de regulamentação jurídica, há outras mais complexas ainda que afete a própria tecnologia. Na plataforma de radiocomunicação DMR (Digital Mobile Radio), não há soluções de software homologadas pelos fabricantes, sendo de suma importância para não comprar gato por lebre a realização de testes de viabilidade técnica com a intenção de aperfeiçoar a compatibilidade de integração com outros dispositivos, caso comum em se tratando da transmissão de dados. Nesses casos, para não errar, tem que ser como São Tomé, ver pra crer, planejar um teste piloto, dimensionar qual a capacidade de dados que o sistema deve comportar, e após verificar a viabilidade prática do sistema, adquirir o serviço com o custo benéfico certo.
Antes de contratar um sistema de radiocomunicação digital, convém simular os custos de manutenção que decerto virão ao longo dos anos. Embora a maioria dos fabricantes de radiocomunicação concedam um ou dois anos de garantia do produto, esta limita-se apenas a defeitos de fábrica, sendo a maioria das ocorrências em um parque de rádios advinda de má utilização, portanto sem cobertura. Atenção especial merece alguns acessórios importantes como o custo e durabilidade das baterias, no caso dos rádios portáteis. Como ter, implica em manter, assim como num carro, o maior investimento não é comprar o bem, mas sim mantê-lo.
Nesse cenário, opção a ser levada em conta é a da locação dos equipamentos na qual a empresa locadora deve garantir o equipamento em funcionamento por um preço pré-determinado. A polêmica entre o que é mais vantajoso, comprar ou alugar, é antiga e depende de como o gerente do contrato encara o serviço. Administrações mais modernas não hesitam em alugar, sendo comum a esse perfil de administrador delegar e cobrar resultados com SLA (Service Level Agreement), ou acordo de nível de serviço, previamente acordados.
Adriano Fachini é empresário do setor de telecomunicações e presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.
Fonte: Administradores